segunda-feira, 8 de março de 2010

Primeiro Dia

Primeiro dia na escola, um momento que todos os alunos novos detestam. Cheguei cedo na sala para pegar um bom lugar. Na verdade, eu não havia pensado em um melhor lugar, e sim, um lugar que fizesse o tempo passar mais rápido.
Alguns outros alunos foram entrando e se acomodando em seus lugares. Dava para perceber claramente quem era aluno novo e quem já fazia parte deste “circo dos horrores” há algum tempo. Alguns minutos depois a sala foi ficando cada vez mais cheia, bastantes vozes ao redor já começavam a me irritar um pouco. Faltando cerca de dez minutos para começar o primeiro turno, percebi que havia muitas vozes femininas se aproximando do local. Como meu lugar era mais a frente que eu esperava, tive que me girar, olhando para trás para ver o que estava acontecendo, e percebi que havia cerca de sete garotas na porta da sala. Todas elas, ou pelo menos, quase todas estavam visíveis aos meus olhos. Realmente eram quase todas, porque havia uma que estava meio escondida pelas colegas, ela estava ao meio e logo depois de alguns segundos percebi que eu estava de pé por tamanha curiosidade, meu movimento foi meio brusco, arrastando-me de meu lugar apenas com os pés. Mas não me importava, naquele momento; por alguma razão eu só pensava em olhar o rosto daquela misteriosa.
Graças a um espaço entre os rostos movimentados e meu tamanho aparentemente maior que das outras pessoas comuns, eu consegui enxergar metade de seu perfeito rosto. Cabelos pretos lisos, olhos de cor castanho-escuro e bastante expressivos, e sua boca meio avermelhada, perfeitamente esculpida em seu rosto angelical. Sua palidez para as outras pessoas poderia incomodar, para mim, completava sua extrema beleza. Quando resolvi deixar meu frenesi um pouco de lado, percebi que todas elas estavam me fitando espantadas pela estátua humana à frente delas. Eu, que por alguns segundos não conseguia me concentrar em mais nada além de sua beleza jamais encontrada em qualquer canto do planeta, resolvi tentar me mexer para voltar ao meu lugar, com pouco sucesso. Não consegui nada além do esperado, minha segunda tentativa com mais sucesso me fez recuperar o fôlego e fazendo com que eu mexesse minhas pernas até eu chegar ao devido lugar. Antes de me sentar, dei mais uma olhada em seu rosto perfeitamente desenhado pelos deuses e quando fiz tal ação, vi seu rosto fitando-me com extrema felicidade. Devolvi com um sorriso largo, e me sentei novamente. Depois deste impressionante frenesi que não saía de mim, o único som que chegara aos meus ouvidos era de meu coração, estava tão alto que parecia que todos pudessem ouvir junto os tremores que me fazia sentir o chão.
Naquela hora, nada mais importava, nada do que eu vi em toda minha vida era mais importante, não precisava de mais nada para viver naquele momento, não era mais a vida que eu tinha à dez minutos atrás, era apenas ela. Ela era meu sol, minha luz.

1 comentários:

Paula F disse...

Eu gostei muito deste texto. :D