quarta-feira, 24 de março de 2010

Quando o Sol


Quando o sol nascer, estarei sonhando
Com sua solene alma que me faz respirar
A cada vez que eu respirar
Será por você, por sua presença junto à minha

Quando o sol estiver a pino
Lembre-se que estarei aqui
Minh’alma estará a cada sombra
Protegendo-te do inimaginável

Quando o sol estiver se pondo
Será quando todas as minhas forças
Focar-se-ão em você, pois quando
A noite descer, coisas terríveis estão por vir

Quando o sol parar de existir
Não me importarei, e peço que não te importes também
Pois meu amor por ti
Será uma força além de qualquer estrela

Tudo


Tudo o que vem de mim é indecifrável
é código não traduzível
é teu dilema.

Tudo o que vem de mim é afável
é digno, louvável
é teu poema.

Tudo o que vem de mim é teu,
meu, teu, nosso
tudo o que vem de mim és tu.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Primeiro Dia

Primeiro dia na escola, um momento que todos os alunos novos detestam. Cheguei cedo na sala para pegar um bom lugar. Na verdade, eu não havia pensado em um melhor lugar, e sim, um lugar que fizesse o tempo passar mais rápido.
Alguns outros alunos foram entrando e se acomodando em seus lugares. Dava para perceber claramente quem era aluno novo e quem já fazia parte deste “circo dos horrores” há algum tempo. Alguns minutos depois a sala foi ficando cada vez mais cheia, bastantes vozes ao redor já começavam a me irritar um pouco. Faltando cerca de dez minutos para começar o primeiro turno, percebi que havia muitas vozes femininas se aproximando do local. Como meu lugar era mais a frente que eu esperava, tive que me girar, olhando para trás para ver o que estava acontecendo, e percebi que havia cerca de sete garotas na porta da sala. Todas elas, ou pelo menos, quase todas estavam visíveis aos meus olhos. Realmente eram quase todas, porque havia uma que estava meio escondida pelas colegas, ela estava ao meio e logo depois de alguns segundos percebi que eu estava de pé por tamanha curiosidade, meu movimento foi meio brusco, arrastando-me de meu lugar apenas com os pés. Mas não me importava, naquele momento; por alguma razão eu só pensava em olhar o rosto daquela misteriosa.
Graças a um espaço entre os rostos movimentados e meu tamanho aparentemente maior que das outras pessoas comuns, eu consegui enxergar metade de seu perfeito rosto. Cabelos pretos lisos, olhos de cor castanho-escuro e bastante expressivos, e sua boca meio avermelhada, perfeitamente esculpida em seu rosto angelical. Sua palidez para as outras pessoas poderia incomodar, para mim, completava sua extrema beleza. Quando resolvi deixar meu frenesi um pouco de lado, percebi que todas elas estavam me fitando espantadas pela estátua humana à frente delas. Eu, que por alguns segundos não conseguia me concentrar em mais nada além de sua beleza jamais encontrada em qualquer canto do planeta, resolvi tentar me mexer para voltar ao meu lugar, com pouco sucesso. Não consegui nada além do esperado, minha segunda tentativa com mais sucesso me fez recuperar o fôlego e fazendo com que eu mexesse minhas pernas até eu chegar ao devido lugar. Antes de me sentar, dei mais uma olhada em seu rosto perfeitamente desenhado pelos deuses e quando fiz tal ação, vi seu rosto fitando-me com extrema felicidade. Devolvi com um sorriso largo, e me sentei novamente. Depois deste impressionante frenesi que não saía de mim, o único som que chegara aos meus ouvidos era de meu coração, estava tão alto que parecia que todos pudessem ouvir junto os tremores que me fazia sentir o chão.
Naquela hora, nada mais importava, nada do que eu vi em toda minha vida era mais importante, não precisava de mais nada para viver naquele momento, não era mais a vida que eu tinha à dez minutos atrás, era apenas ela. Ela era meu sol, minha luz.

terça-feira, 2 de março de 2010

Fevereiro

Aquela notícia veio como se um caminhão tivesse me atropelado, como uma faca tivesse rasgado todo meu peito. Naquele momento eu entendi todo sofrimento de perder alguém realmente muito importante. Em um segundo plano, havia apenas o barulho do som da televisão que parecia mestiço ao se encontrar com minha mente. Nesse momento me veio um suspiro que me fez tremer, eu queria que este fosse o meu último.
Todas aquelas pessoas que um dia passaram pela minha vida, até aquele momento, foram embora me deixando um vazio enorme, mas nada comparado a este. Quando se admira uma pessoa por um ano inteiro e você só pensa estar ao lado dela, se de repente você recebesse uma das piores notícias que já ocorrera em sua vida, o que você sentiria? Talvez como eu, sem nada dentro de mim, como se tivessem arrancado meu coração, que era a única coisa valiosa pra mim, e fizesse questão de me mostrar que ele estava sendo arremessado pela janela para que os animais pudessem come-lo do lado de fora. Porque é exatamente como eu me sinto agora, sem meu coração. E eu não sei por quanto tempo será assim.
Dessa vez, eu faria de tudo pra que essa notícia jamais acontecesse, não acredito que neste curto momento apenas uma frase possa acabar com minha vida, eu ainda a terei, em partes, pelo menos. Com isso eu não me importo, porque eu já sabia desde o principio que não haveria final feliz nessa relação. Estou disposto a mudar isso.

Desastre: Parte Única

 
Dizem que as perguntas sempre são as que movem o mundo, só que ninguém percebe que não são só as perguntas que fazem o mundo girar, mas sim, o “par” perguntas e respostas que estão sempre na nossa vida. Pensando melhor nisso tudo, tudo fica mais claro. Se for pensar em cada coisa, cada sentimento que age em conjunto, ficaríamos loucos. Tipo o amor e o ódio; muitas pessoas se apaixonam quando antes  tem aquele ódio, não o ódio corrosivo, mas o ódio bom (se é que existe). Tudo age em conjunto. Mesmo sabendo que para as perguntas são necessárias as respostas, por que nós ainda conseguimos fazer aquelas perguntas que não existem resposta naquele certo momento? Aí nos torturamos procurando uma resposta, mas ela sempre demora a aparecer, demora, e muito. E quando não sabemos essas respostas imediatamente vem a tristeza, e se for alguma coisa que nós precisamos e muito pra viver, vem até a depressão. Nos transforma na pessoa mais infeliz e deprimente da face da terra. Tudo o que é de ruim e que agente vem agüentando há algum tempo, tudo, exatamente tudo, desaba em cima da gente como uma avalanche. E quando estamos sozinhos o primeiro que aparece pra piorar a situação é o amor, parece até “clichê” mesmo, mas é a pura verdade. Porque nós não somos iguais aos animais, que só crescem se reproduzem e morrem, não; a dor causada por algum sentimento, por mais bruto que este pensamento seja, é a mais pura verdade.
            Às vezes eu me sinto mal por ter inveja, ainda mais se ela não existe. O imprinting que os lobos têm, é uma forma de explicar o amor à primeira vista que é real, que você é realmente feliz com tal pessoa e que não pensaria um segundo sequer em como fosse sua vida sem essa pessoa, porque a cada momento que esse pensamento vem, com ele, vem a dor e é tão forte que nunca é imaginável a não ser que se sinta. Esse sentimento de amor descrito por eles, os lobos, é o único sentimento que eu mais invejo, é o único sentimento que eu mais desejo, é tão fantástico saber que esse tipo de amor existiria. Mas é exatamente isso que eu sinto quando eu estou perto dela: fantasia. Tudo que existe quando eu converso com ela, quando eu olho pra ela, exatamente tudo é uma fantasia. Tudo se torna mais simples, mais feliz dentro de mim. É ela que me faz ficar assim, ela me faz feliz.
            Desculpe-me, Jacob, por estar dizendo sua frase quando sempre se relacionava a Bella falando que “Quando estou com ela, me sinto mais humano”. Ela me faz esquecer dos problemas e de tudo o que é bom e ruim, até mesmo do que é bom. Quando conversamos ali, somos somente eu e ela. Mas tudo isso acaba, quando existe a distância, tudo se torna escuridão, não que eu me importe, eu até prefiro, mas sempre vem com a distância a dor e o vazio dentro de mim. Mas eu sempre suporto, porque sei que a verei no dia seguinte.

Fita Adesiva



Lembro-me que, quando eu era pequena, era cheia das manias estranhas. Até hoje minha irmã volta e meia relembra as minhas esquisitices.
Uma delas era querer consertar tudo usando fita adesiva. Aparelhos eletrônicos, brinquedos, até roupa rasgada; hilário. Mas a questão é: quando se é criança, a gente acha que pode consertar tudo. 
A gente realmente acredita que pode, por mais que a coisa seja impossível aos olhos dos adultos.

Cresci. Mas claro, algumas coisas nunca mudam.

Acho que o que eu percebo atualmente é que eu ainda continuo querendo consertar tudo. Só que agora eu não tenho mais "fita adesiva", e é por isso que quase sempre acabo me magoando com as pessoas.       Esperar muito de alguém ou de alguma coisa é o pior que se pode fazer; e eu tive que aprender isso na marra.
Mas acho que pior do que acreditar em apenas alguns é desacreditar todo mundo. E outra, talvez eu seja assim pra diferenciar a maioria. Então quem sabe eu aprendo a equilibrar as coisas. Ou arranje uma fita adesiva por aí...