quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Slow Motion


Eu estava cansado disso tudo. Minha vida não tinha mais sentido.
Recostado na cama, simplesmente aconteceu o inesperado. Eu que nunca tinha ouvido “aquela voz”, pela primeira vez apareceu dentro da minha cabeça. Tudo pareceu acontecer durante um segundo, após um breve suspiro que tomava conta de um corpo desesperado.
Eu sabia. Era a voz Dele. Com um sopro que percorria toda minha coluna, eu ouvia exatamente:
— Isso não é o planejado, Meu filho. Não é de minha vontade. Olhe para os céus e perceberá.
Impressionante. O tempo passou de aberto e alegre para trevas e morbidez. Duas piscadelas depois, a chuva começou a cair.
Meu coração parecia estar cada vez mais forte, como se quisesse sair e dizer alguma coisa. Aos poucos, a alegria foi tomando meu coração. Eu não estava acreditando que minutos atrás eu estava com os olhos lacrimejados e pedindo que a morte me levasse. Não agora.
Depois disso tudo, eu estava sorrindo e tentando entender o que havia acontecido. Eu realmente estava acreditando naquilo tudo. Ele esteve próximo a mim, curando minhas feridas.
Até que outro suspiro, que sempre vinha pós-choro, me fez acordar. Neste curto período de tempo, eu havia começado a cochilar, tempo que serviu para melhorar o ânimo de minha vida.
Em um momento de apreensão, rapidamente olhei na direção da janela. O céu estava brilhando, porém a campina que ficava em frente a minha casa parecia estar molhada. Era como se uma breve chuva estivesse ali momentos antes.


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